sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O MUNDO PÓS-LUXO - por Ricardo Hida

E assim é a História. E assim é a Economia. Nada é para sempre, nem o luxo. Os maiores especialistas do assunto decretam uma nova era: a do pós-luxo. O criador da revista Wallpaper e da Monocle, Tyler Brûler, afirmou recentemente que “ Luxo é aquele que não pode ser replicado em uma linha de montagem chinesa”. E eu acrescento “nem pode ser encontrado como réplica em stand na Avenida Paulista”.



Luxo é raridade, exclusividade. Luxo é prazer. Assim, ter tempo é luxo. Não enfrentar congestionamento é luxo. Gentileza é luxo. Cultura é luxo. Agora ter uma bolsa Louis Vuitton que muita gente tem, seja ela original ou falsa, ou se endividar , deixando de ter paz ao dormir, nunca foi e nunca será luxo.



Já uma mulher que tem uma bolsa Birkin ou Kelly, da Hermès, tem um produto de luxo, pois o artigo foi confeccionado com um couro excepcional, levou dois meses para ser feito por um artesão, poderia não ter sido entregue se não estivesse perfeito e pode durar duas ou três gerações. Da mesma forma, uma mulher com um colar confeccionado manualmente por uma tribo indígena tem uma peça luxuosa.



Um dos maiores especialistas no assunto, o francês Jean Castarède, autor do livro O luxo – Os segredos dos produtos mais desejados do mundo, criador de um dos primeiros MBAs do assunto do mundo e professor do Instituto Superior de Marketing do Luxo em Paris, que tive a honra de conhecer é categórico: “ Consumir não é luxo. A compulsão é excesso, cansa. O que faz o luxo é a raridade”.



Assim, conviver com pessoas queridas, uma alimentação saudável com produtos orgânicos, usar roupas de qualidade , que duram muito e estão acima da moda, são exemplos de um estilo de vida com bom gosto. E bom gosto não se consegue de um dia para o outro. Bom gosto envolve reflexão, estudo, vivência e adequação.



Luxo é ter experiências, é poder desenvolver-se intelectualmente. E isso requer tempo e lhe dá prazer. A era do pós-luxo vai valorizar as viagens, o refeições únicas, conversas interessantes e muita, muita arte e cultura. Mas é preciso lembrar que nada disso é para conseguir aplauso dos outros, mas uma realização muito pessoal.



Nesse contexto ouve-se que dinheiro é fundamental para luxo, e Chanel já refutava tal pensamento ao afirmar “que luxo não é oposto da pobreza, mas o contrário da vulgaridade”.



E vulgaridade, nos dias de hoje, é o que não falta…

http://www.portalguiaabc.com.br/2011/2011/01/o-mundo-do-pos-luxo/

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