Cenários, paisagens, aromas e cores inspiraram não somente Van Gogh, mas também, Cézanne, Chagal, Matisse...
Acompanhando a arte destes gênios da pintura, um bom vinho de Côtes du Rhône, Chateauneuf-du-Pape, uma brisa do vento Mistral (mestre dos ventos) que traz o aroma da lavanda, misturada ao da culinária regada a ervas e azeite de oliva e todo o mediterrâneo aos seus pés, terá o significado de Provence:
A região do prazer!
Aqui vamos descrever apenas alguns de seus símbolos mais emblemáticos como:
A LAVANDA
O tapete e o perfume da região. Durante a primavera e sobretudo no verão, o chão da Provence torna-se um lilás azulado intenso e o ar carregado e acentuado do aroma das flores.
Mas a lavanda não está lá para trazer prazer ao nosso olfato e enfeitar nosso caminho.
A partir do século XVI , a lavanda começa a ser utilizada para fins terapêuticos e hoje é largamente utilizada por ter excelentes propriedades analgésicas, antiespasmódicas, bactericidas, cicatrizantes, diuréticas, desinfetantes, sedativas, calmantes, descongestionantes, vermífuga...Pode ainda ser utilizada em picadas de insetos e mordida de animais!
Por fim, a lavanda é muito utilizada na composição de perfumes e na fabricação de mel.
Há centenas de destilarias, em toda a região, que trabalham na produção do óleo essencial, extraído da flor da lavanda.
A flor vive em montanhas de 800 a 1500 metros de altitude. É necessário destilar cerca de 130 kg da flor para se conseguir 1 kg de óleo. Um hectare de lavanda plantada rende cerca de 20 a 25 kg de óleo.
OLIVEIRA
Sua silhueta torta e distorcida é o sinal de longos anos da luta contra o vento, por isto a oliveira é considerada uma guerreira do tempo.
Uma das paisagens típicas da Provence, além da lavanda e das vinhas, começou a ser cultivada na região no século V a.C., sendo que o azeite de oliva é conhecido e comercializado desde a antiguidade, devido a suas propriedades utilizadas na farmácia e culinária e até como cosmético.
Apenas por curiosidade, 72% da base do famoso sabonete de Marselha é de óleo de oliva. Foi útil também para acender lampiões, tempero de cozinha, hidratante e para receber estrangeiros com dignidade.
Este mesmo óleo era utilizado para sacramentar todos os reis. Foi um ramo de oliveira que o pássaro trouxe às mãos de Noé e por isto ela tornou-se um símbolo de esperança.
O CALISSON
Conta-se na região, mas precisamente em sua capital, Aix-en-Provence, que a então futura rainha, Jeanne de Laval, vivia de cara feia, emburrada e que nunca, ninguém havia a visto sorrindo.
No dia de seu casamento com René d´Anjou, em 1847, o chef de cozinha real, Titsé, criou para ela um pequeno doce feito de açúcar, amêndoas e frutas cristalizadas.
Ela provou. E seu rosto se transformou ao abrir um grande sorriso. Toda a corte ficou boquiaberta e estupefata indagando o que era aquilo que havia feito a rainha sorrir. E alguns responderam em dialeto: -"Câllins sons!" (são os doces). Daí seu nome Calissons.
Este doce é feito de uma parte de açúcar, outra de amêndoas de Provence, outra de frutas (sendo 99% de melão) e o segredo mágico do pequeno confeito que pode ser uma pitada de laranja, mel, limão ou pêssego!
O PASTIS
Uma bebida típica à base de anis, uma das diversas traduções e adaptações do "temido" absinto.
Em 1915, quando o absinto foi interditado na França, todas as bebidas a base de anis, sofreram um golpe. Apenas sete anos depois é que ela foram liberadas, a exceção do causador de tal interdição.
Como isto, o Pastis - bebida composta por anis estrelado e verde, mais álcool destilado, apareceu com toda a força na região, recebendo o apelido de petit Jaune (amarelinho) por causa de sua cor.
Deve ser consumido misturando-se a uma parte da bebida, cinco partes de água. Hoje é o sinônimo das tardes douradas de verão!
A CIGARRA
Assim como o aroma da lavanda, a sombra das oliveiras e o reflexo dourado do sol, a cigarra é um dos símbolos da Provence. A partir do final de junho até meados de setembro, seu canto celebra o verão e o prazer de viver.
Ficou popular através do conto "A cigarra e a formiga" de La Fontaine, passando a ser utilizada como talismã pelos habitantes da região. Há mais de cem anos, sua presença na porta das casas ou no muro de seus terraços traz boa sorte.

Além de comprar os azeites, a lavanda, o pastis e o Calisson, traga também os famosos Santons!
Trata-se de bonequinhos de barro e são tão perfeitos que o preço vale tanto quanto a perfeição!
Fica a dica para o próximo verão!! :)