Que agradável surpresa!! Não sei dizer se minha sensação de "estar em casa" foi porque havia chegado da Rússia, trazendo certo alívio por me sentir independente outra vez, poder compreender o idioma, ou se foi porque, de fato, Lisboa é uma grata e surpreendente cidade!!
Eu não entendo porque outros destinos são mais visitados do que Lisboa e também não entendo porque demorei tanto tempo para visitá-la, mas a experiência não poderia ter sido melhor.
A começar pela grande parte plana da cidade onde se pratica o "footing" o tempo todo, cercada por colinas de todos os lados.
Aquelas grandes calçadas e ruas de pedestres com as familiares pedras portuguesas, traz a sensação de realmente pertencer um pouco àquele lugar. A única diferença é que as pedras são tão, tão polidas, que parece que foram enceradas e para os mais distraídos (eu, no caso) escorregar é uma constante.
As construções são coloridas, os espaços amplos, abertos, com uma perspectiva clara e plana! A cidade tem vida, as pessoas são simpáticas, alegres, educadas e sorridentes.
Passando pela Rua Augusta, difícil saber para onde olhar e o que fotografar e ainda pensar em entrar em cada uma daquelas ruelas estreitas e íngremes avistando o bondinho subindo por ali e por aqui e a ansiedade de querer abraçar a cidade toda, me deixaram eufórica.
O tempo ajudou. Um calor forte que me fez passar em uma loja para vestir algo mais fresquinho e a brisa que vinha do rio Tejo só aumentava meu entusiasmo pela vibração da cidade, olhando para cima o tempo todo para checar se o castelo de São Jorge ainda estava lá.
Uma gostosa sensação de perceber que tudo ali era mais em conta do que em outros lugares da Europa e sim, muito mais descontraído. Uma parada aqui e ali para um bolinho de bacalhau, me fazia lembrar de nossas padarias do centro de São Paulo e do nosso "pingado". Nada mais familiar.
Ao me sentar e um dos restaurantes com mesas na calçada, perguntei ao garçom se eu poderia pedir arroz, feijão, ovo e batatas fritas (Afinal, depois de 10 dias de Rússia, meu estômago e espírito me pediam uma trégua). Ele me perguntou se era porque eu sentia saudade de casa e neste caso me ofereceu também uma picanha!!!
Ao me sentar e um dos restaurantes com mesas na calçada, perguntei ao garçom se eu poderia pedir arroz, feijão, ovo e batatas fritas (Afinal, depois de 10 dias de Rússia, meu estômago e espírito me pediam uma trégua). Ele me perguntou se era porque eu sentia saudade de casa e neste caso me ofereceu também uma picanha!!!
A melhor palavra que encontro para tentar interpretar a cidade é aconchegante!
Caminhar pela a Rua Augusta e ao final dela encontrar-me com a amplidão do rio Tejo foi excitante!
Ver ali o pessoal cantando, tocando algum instrumento, fotografando e até dançando conferindo um ar de festa e alegria de viver foi contagiante!!
“Para viajar, basta existir” Fernando Pessoa |
Ao final da jornada do bondinho, aquela vista espetacular. Flores, azulejos, casinhas com varanda coloridas, aquele rio que mais parece um oceano, os namorados em mirantes e o vai e vem dos bondinhos deram o tom da visita, regada a muita descontração, apesar de ser Europa.
No bairro Chiado (como se fosse a região dos Jardins em São Paulo) tive o incrível encontro com Fernando Pessoa (meu favorito)! Pena não ter tido tempo de ir até a casa dele. :(
Ficamos em uma excelente localização no centro da cidade, perto de tudo, ao lado da estação magnífica de trem. O Hotel Altis Avenida é classificado como hotel de charme. Desde o décor, atendimento e hospitalidade, café da manhã, localização e principalmente a vista dos apartamentos e do restaurante unem o mais que útil ao mais que agradável pelo preço que se paga.
Obviamente em uma das noites, um jantar em um clube de Fado é diversão na certa, provando diferentes pratos, sempre a base de bacalhau, ao som dramático da música portuguesa
É claro que voltei com piadas que aconteceram comigo (senão, eu não seria brasileira e não teria ido a Portugal) e que, devo relatar, pela primeira vez entendi a nossa diferença. Os portugueses tem uma forma linear e literal de pensar, enquanto nós temos o costume de associações e nuances de interpretação. E isto dá o tom engraçado a algumas conversas como por exemplo:
Durante o café da manhã, eu aconselhei uma pessoa do grupo a provar um certo iogurte. Não encontrando o produto a mesa do café da manhã, ela chamou o garçom e perguntou onde poderia encontrar tal iogurte que eu saboreava. A resposta do garçom foi: -"No supermercado"!!
Em outro caso, perguntei à moça do caixa em uma loja, qual seria a soma total de minha conta com todos os itens que eu havia separado e a resposta da funcionária foi: - "É só somar os preços!"
Não ia perder a oportunidade de voltar pra casa com estes causos. E para terminar, uma foto que fala por si mesma:
Isto tudo, porém, acrescenta o sabor especial em relembrar tão bons
momentos, na companhia de um belo vinho do porto! Quero mais!!
"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" - Fernando Pessoa
Esta viagem aconteceu em julho de 2012 - grupo cultural da qual sou coordenadora!"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" - Fernando Pessoa
Em outros posts falo também sobre a Torre de Belém e seus pastéis, do Palácio de Queluz e sobre os museus das carruagens, MUDE (Museu do Design) e do vestuário, bem como nossa passagem por Óbidos, uma das maravilhas de Portugal.
Muito legal, realmente Portugal é d+!!!!!
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