quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Lisboa - Por que não fui para Lisboa antes?


Que agradável surpresa!! Não sei dizer se minha sensação de "estar em casa" foi porque havia chegado da Rússia, trazendo certo alívio por me sentir independente outra vez, poder compreender o idioma, ou se foi porque, de fato, Lisboa é uma grata e surpreendente cidade!!

Eu não entendo porque outros destinos são mais visitados do que Lisboa e também não entendo porque demorei tanto tempo para visitá-la, mas a experiência não poderia ter sido melhor.
A começar pela grande parte plana da cidade onde se pratica o "footing" o tempo todo, cercada por colinas de todos os lados.

Aquelas grandes calçadas e ruas de pedestres com as  familiares pedras portuguesas, traz a sensação de realmente pertencer um pouco àquele lugar. A única diferença é que as pedras são tão, tão polidas, que parece que foram enceradas e para os mais distraídos (eu, no caso) escorregar é uma constante.


As construções são coloridas, os espaços amplos, abertos, com uma perspectiva clara e plana! A cidade tem vida, as pessoas são simpáticas, alegres, educadas e sorridentes.

Passando pela Rua Augusta, difícil saber para onde olhar e o que fotografar e ainda pensar em entrar em cada uma daquelas ruelas estreitas e íngremes avistando o bondinho subindo por ali e por aqui e a ansiedade de querer abraçar a cidade toda, me deixaram eufórica.

O tempo ajudou. Um calor forte que me fez passar em uma loja para vestir algo mais fresquinho e a brisa que vinha do rio Tejo só aumentava meu entusiasmo pela vibração da cidade, olhando para cima o tempo todo para checar se o castelo de São Jorge ainda estava lá.




Uma gostosa sensação de perceber que tudo ali era mais em conta do que em outros lugares da Europa e sim, muito mais descontraído. Uma parada aqui e ali para um bolinho de bacalhau, me fazia lembrar de nossas padarias do centro de São Paulo e do nosso "pingado". Nada mais familiar.

Ao me sentar e um dos restaurantes com mesas na calçada, perguntei ao garçom se eu poderia pedir arroz, feijão, ovo e batatas fritas (Afinal, depois de 10 dias de Rússia, meu estômago e espírito me pediam uma trégua). Ele me perguntou se era porque eu sentia saudade de casa e neste caso me ofereceu também uma picanha!!!

A melhor palavra que encontro para tentar interpretar a cidade é aconchegante!
Caminhar pela a Rua Augusta e ao final dela encontrar-me com a amplidão do rio Tejo foi excitante!

Ver ali o pessoal cantando, tocando algum instrumento, fotografando e até dançando conferindo um ar de festa e alegria de viver foi contagiante!!

“Para viajar, basta existir” Fernando Pessoa
Passear de bondinho é obrigatório, pois as paisagens vão se misturando a cenários deslumbrantes e pitorescos e estando entre os nativos foi, ao menos para mim, uma delícia.

Ao final da jornada do bondinho, aquela vista espetacular. Flores, azulejos, casinhas com varanda coloridas, aquele rio que mais parece um oceano, os namorados em mirantes e o vai e vem dos bondinhos deram o tom da visita, regada a muita descontração, apesar de ser Europa.



No bairro Chiado (como se fosse a região dos Jardins em São Paulo) tive o incrível encontro com Fernando Pessoa (meu favorito)! Pena não ter tido tempo de ir até a casa dele. :(

“Tenho em mim todos os sonhos do mundo” – Fernando Pessoa



Ficamos em uma excelente localização no centro da cidade, perto de tudo, ao lado da estação magnífica de trem. O Hotel Altis Avenida é classificado como hotel de charme. Desde o décor, atendimento e hospitalidade, café da manhã, localização e principalmente a vista dos apartamentos e  do restaurante unem o mais que útil ao mais que agradável pelo preço que se paga.




Obviamente em uma das noites, um jantar em um clube de Fado é diversão na certa, provando diferentes pratos, sempre a base de bacalhau, ao som dramático da música portuguesa









  
É claro que voltei com piadas que aconteceram comigo (senão, eu não seria brasileira e não teria ido a Portugal) e que, devo relatar, pela primeira vez entendi a nossa diferença. Os portugueses tem uma forma linear e literal de pensar, enquanto nós temos o costume de associações e nuances de interpretação. E isto dá o tom engraçado a algumas conversas como por exemplo:

Durante o café da manhã, eu aconselhei uma pessoa do grupo a provar um certo iogurte. Não encontrando o produto a mesa do café da manhã, ela chamou o garçom e perguntou onde poderia encontrar tal iogurte que eu saboreava. A resposta do garçom foi: -"No supermercado"!!

Em outro caso, perguntei à moça do caixa em uma loja, qual seria a soma total de minha conta com todos os itens que eu havia separado e a resposta da funcionária foi: - "É só somar os preços!" 

Não ia perder a oportunidade de voltar pra casa com estes causos. E para terminar, uma foto que fala por si mesma:


Isto tudo, porém, acrescenta o sabor especial em relembrar tão bons momentos, na companhia de um belo vinho do porto! Quero mais!! 

"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" - Fernando Pessoa
Esta viagem aconteceu em julho de 2012 - grupo cultural da qual sou coordenadora!
Em outros posts falo também sobre a Torre de Belém e seus pastéis, do Palácio de Queluz e sobre os museus das carruagens,  MUDE (Museu do Design) e do vestuário, bem como nossa passagem por Óbidos, uma das maravilhas de Portugal.

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