Há vinte anos eu escrevi um livro, já que eu trabalhava no Moulin Rouge
de Paris e recebia conterrâneos que viviam me pedindo dicas e querendo me
contratar para andar com eles pela Cidade Luz! Assim nasceu o “Paris Legal”,
editado pela Best Seller, um dos primeiros guias destinados exclusivamente para
brasileiros.
Fui bem para uma ilustre desconhecida. Vendi 18 mil exemplares. Recebi
até cartinha do, então, presidente da França, Jacques Chirac, cumprimentando
pela obra, além de uma cartinha do nosso, então presidente, Fernando Henrique
Cardoso, cumprimentando pela iniciativa. Tá vai, a verdade é que eu escrevi
para eles pedindo dicas de Paris!!!!!!! O Chirac disse que não podia dar,
citando uma coisa e deixando de citar outra (saia justa) e o FHC até deu uma
frase para enfeitar o guia!
Fui recebida pela Condessa de Paris, herdeira do trono francês, neta da
Princesa Isabel, em seu inesquecível apartamento para ouvir suas dicas e tive o
lançamento do livro em um coquetel na Embaixada do Brasil, oferecido pelo
Embaixador. Foi show!
Hoje, com a internet, existem 20 milhões de blogs sobre Paris no mundo
todo. Sim, 20 milhões! Apesar de o viajante brasileiro ter amadurecido muito
nestes últimos vinte anos, ter aberto suas asas e alçado seus voos solo, e se
livrando do “Tour Leader”, percebo que muita angústia continua diante de tanta
informação disponível. Blogueiros, Airbnb, plataformas, agências, operadores,
guias show, youtubers... Nada contra em todo mundo querer compartilhar sua
experiência, mas um filtro e uma grande peneira se faz mais do que necessário.
Por outro lado, eu também amadureci, passei a realizar roteiros temáticos
gastronômicos, de arte, de moda, de incentivo. Tive a oportunidade de
acompanhar um mestre historiador e ouvir atentamente o seu conhecimento, acompanhar
um chef francês e definitivamente
aprender a comer bem, além de observar minha afilhada francesa crescer, hoje
com 25 anos. Desde “Paris Legal”, voltei mais de 200 vezes a Paris anotando
dúvidas e observando as necessidades de viajantes brasileiros.
Decidi que era hora de orquestrar um novo livro baseado neste
crescimento, meu e do viajante. Só que escrever um simples (e mais um) guia é meio
chatinho e eu tinha preguiça de cair na mesmice.
Por que não ousar escrever um híbrido? Por que um guia tem que ser um
guia? Não poderia ser um mil e uma utilidades? Informar, atualizar, ensinar,
contar, fofocar, mostrar umas fotos bacanas, inspirar, contar “causos”, como o
dia em que almocei com um mendigo ou sobre o meu guia alemão em Paris? A origem
de nomes de pratos, ruas, personagens, símbolos?
“#paris vivências” (minha, sua, delas) também
é uma coletânea de crônicas sobre Paris, escritas por mim, e que foram
publicadas em jornais e revistas, além de relatos pessoais. Nas entrelinhas,
surgem respostas aos questionamentos de quem já foi, de quem sonha em ir um
dia, de quem vai outra vez, de quem tem um pé atrás, de quem quer saber mais
porque gosta do tema e para curiosos de plantão.
Como moldura do livro, e atendendo a todos os gostos, temperamentos,
bolsos e interesses, nascem mais de vinte formas de vivenciar um momento em
Paris! Obviamente, que dentro deste livro (que considero inspiracional), um
guia prático com sugestões de compras, hospedagem e gastronômicas para todos os
paladares.
Meu propósito, porém, continua o mesmo: oferecer informações suficientes,
filtradas na minha experiência com viajantes, como um “abracadabra” para o
encanto absoluto! Meu esforço e empenho é não deixar que um viajante seja
sufocado e afogado com as frases mortíferas: “não deixe de ir”, “imperdível”, “visita
obrigatória”, quebrando correntes, libertando o espírito e ensinando o mantra
mágico da vivência, pessoal e intransferível, de forma inesquecível! Ou seja,
com as informações necessárias o viajante é capaz de libertar-se e criar sua
própria experiência.
Finalmente, este e-book também tem a intenção de fazer rir, divertir,
refletir, descobrir, usufruir e compartilhar a minha vida. Mais que isso, só
lendo! J
Bon Voyage, mes amies, afinal “nós
sempre teremos Paris”(Casablanca);
“Paris é sempre uma festa” (Hemingway) e
“vale uma missa”(Henrique IV)!
Beijos!
Prefácio-
por Ronny Hein
Este
é o segundo prefácio para um mesmo livro.
Ou
melhor: é o primeiro prefácio para o segundo livro de Cynthia Camargo sobre
Paris. É fácil confundir-se. Porque Cynthia, anos depois de seu primeiro, Paris Legal, continua a mesma pessoa:
uma eterna apaixonada por viagens e uma quase inexplicável amoureuse de Paris, sensação que assola sobretudo os que têm faro
excepcional, aroma apurado para as melhores essências, tato para sedas e
veludos, ouvidos para os chansonniers,
e paladar seletivo voltado ao que há de melhor.
E,
também, porque Paris, ainda que assolada por dores novas e inevitáveis de um
estranho universo que é o contrário da beleza e do glamour que ela própria
emana, segue sendo a insuperável cidade dos segredos e mistérios de cada um.
Em
Vivências, Cynthia Camargo revela os dela, que são muitos, frutos de uma
relação tão longa quanto intensa com a mais deslumbrante das capitais da
Europa.
Com
ela você vai encontrar um atalho para lugares e emoções que não conhecia. Vai
rever a Paris Legal que Cynthia mostrou vinte anos atrás e vai vê-la, em
seguida, reciclada por sua própria maturidade e pelo rápido caminhar do tempo.
Há milhares de livros sobre Paris. O de Cynthia — acreditem! — está entre os
melhores e mais apaixonados.
Por Ronny Hein - jornalista e escritor,
co-criador e diretor de diversas publicações de viagem como Viagem e Turismo,
Caminhos da Terra, Próxima Viagem e Lonely Planet Brasil entre outras.
#paris vivências
Formato: PDF – 450 páginas
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