Quem se lembra dos tempos de União Soviética, Guerra Fria, Cortina de Ferro, KGB, talvez sinta o mesmo que eu: um certo frio na barriga quando se pisa em Moscou pela primeira vez!
A começar pelo idioma, com letreiros absolutamente impossíveis de decifrar. Talvez o único, percebido por mim,tenha sido o do Mc Donald´s! De resto, fiquei a mercê da guia quase pedindo para dar a mão para ela!
Sim, fiquei tanto fascinada, assim como com medinho! Mas o fascínio foi bem maior. Boquiaberta 24 horas por dia! Muito mais do que o Kremlin, muito mais do que as joias de Catarina, das igrejas coloridas, a Praça Vermelha, muito mais do que o bunker de Stalin ou a cabana onde nasceu Pedro, O Grande, o que, de fato, me surpreendeu, me encantou e fascinou foi a arte russa que, definitivamente, arrebatou minha alma.
Na Galeria Tretyakov, onde se expõe a arte russa do século XII ao XX, fiquei impressionada com algumas obras, além de ter, pela primeira vez, parado para observar Ícones.
Não posso dizer que ficamos caminhando e descobrindo Moscou, porque não foi assim, nem de longe. Fizemos os passeios do programa para ver os pontos altos da cidade e sempre com a guia.
Claro que durante o percurso de um lugar a outro, dá para observar os bairros, a arquitetura e, principalmente, os traços deixados pelo sistema soviético.
Praça Vermelha - Moscou - Rússia |
Eu estava mais interessada em saber as histórias da guia com relação a época soviética. Tanto as guias de Moscou, quanto as de St. Petersburgo, eram de diferentes gerações, jovens e de meia-idade, mas todas elas me pareceram confusas em relação ao sistema, quero dizer, elas criticam o passado e o presente, porque se não havia liberdade, hoje, sentem-se abandonados. Foram gerações que só trabalhavam para o governo que controlava tudo.
Após a Perestroika, cada um por si. Mesmo os jovens, hoje, tem que sustentar suas famílias, que sempre trabalharam para o sistema soviético, e, hoje, se sentem perdidos com o novo sistema. Por isto, nos deparamos com muita gente, segurando faixas e cartazes, pedindo a volta da União Soviética.
Quando fomos de Moscou a Saint Petersbourg, sentei-me, no trem, ao lado de um russo que vivia em NY. Ele me explicou que as terras e imóveis, onde as pessoas moravam, pertenciam ao governo e foram doados às pessoas que já moravam nos locais. Me contou que foi para NY, aos 5 anos de idade (hoje com 28), mas que seus pais continuavam com os hábitos soviéticos, mesmo depois de tanto tempo longe de casa: Utilizando, por exemplo, a revista NY Times como papel higiênico!
Estas questões todas mexem mais com o meu imaginário do que algumas doses de vodca que preferi comprar e trazer para casa, para beber com os amigos.
As imagens, que posto aqui, são uma mistura dos monumentos, da arte e dos traços deixados por uma cidade de mil momentos.
Há bairros interessantes, charmosos com a rua Arbat e seus restaurantes e lojas. Há os camelôs em volta do Kremlin vendendo as famosas matrioshkas, que vão desde bonitinhas até verdadeiras jóias,
assim como lojas de grife (caríssimas) em um shopping center maravilhoso, GUM, que vale a visita, mas não vale fazer compras. Tudo bem contrastante.
No mais, além de termos passado em frente a mansão do Conde Strogonoff, provamos o prato (uma das várias versões no restaurante Godounov), além da famosa sopa de beterraba "borsch" e muito caviar (claro), mas o vermelho. O preto somente encontrei na loja Beluga, em St. Petersburgo e o preço que paguei foram os olhos da cara!! Mesmo!
Não comprei a famosa boina (chapéu para o inverno), porque eu queria um de pele "fake", mas eles ficavam ofendidos com a minha pergunta e todos diziam, com orgulho, que a pele era visom!! Vamos combinar que eu não preciso, né? Acabei comprando Ovos de Fabergé!!Réplicas, claro!
Obviamente, as estações do metrô valem um post à parte!! E o Bolshoi, uma pena, mas a cia de balé estava em férias e passamos apenas em frente. Fica para a próxima!!
Somente mais um comentário sobre a nossa chegada ao hotel: Havia um casal vestindo roupas típicas que nos ofereceu pão de sal. O sal era uma especiaria rara e cara. Sendo assim, oferecer sal à estrangeiros, que chegam à cidade, é uma tradição educada e (talvez) conservada, significando que eles oferecem o que eles tem de melhor.
Realmente é um lugar lindo e "quase" indispensável em sua lista de destinos! Se precisar eu te indico um excelente operador local que fala português e que nos atendeu durante a viagem!!
A seguir, deixo os links com os posts que escrevi com dicas sobre cada lugar (Moscou e St. Petersburgo) sendo, o último deles, uma dica de roteiro feito pelo operador local:
Bunker de Stalin
O sol da meia-noite
Igreja do Sangue Derramado
A casa dos Czares
Museu Hermitage
Jantar Praça Vermelha
O metrô de Moscou - Palácios subterrâneos
A Rússia por um russo!
Dicas de um Russo
Spaciba!!
Olá Cynthia, eu tb visitei a Rússia e me apaixonei! Foram 1 semana em Moscou, 1 em St. Pete e 1 no interior da Rússia! A tal boina se chama "chapka", claro comprei uma também. Mas gostaria de dizer que tive a mesma sensação de você, parece que voltamos na época da guerra fria, do comunismo! Vi a praça vermelha numa noite, quando estava indo à um pub qualquer, lá perto, levado por uns amigos russos. Descendo a avenida quando de repente me topei com a praça o Kremlin e a Igreja de São Basílico! Incrível, foi demais aquela visão! Fiquei hospedado em apartamentos dos prédios comunistas, mas que hoje são todos reformados e com excelente estrutura. Os Russos apesar de ainda terem costumes da época, odeiam o comunismo mais do que qualquer norte americano! E ainda pensar que no brasil tem partido comunista e gente que acha que aquilo é possível! Mas eu andava com um guia de bolso Russo Português em que dava pra me virar lá sozinho, e consegui ainda aprender a ler o alfabeto deles, quer dizer, eu lia a palavra mas não entendia o significado nem sabia a tradução, kkkkk! Mas isto me fez saber andar de metro sozinho!!!!! O país é maravilhoso e as pessoas supereducadas e prestativas. Toda vez que nos aventurávamos andar sozinho, sem algum amigo russo, as pessoas sempre nos atend8iamos muito bem! O grande achado foi um restaurante Ucraniano perto de nosso apartamento que tinha cardápio em todas as línguas, aí era só escolher o prato no cardápio em português e apontar pro garçom! Uma coisa que gostei e que acontecia principalmente em St. Petersburgo é que ao chegar num bar, vc se senta na mesa e de repente sentam-se ao seu lado gente que vc nunca viu, simplesmente porque se tem lugar disponível, não há porque não ficar vazio! E isto foi fantástico pois deu pra conhecer muita gente!
ResponderExcluirNossa que bacana que você aprendeu o alfabeto, é super difícil!! Bacana sua experiência em ficar em um apartamento, gostaria de saber como é por dentro, porque por fora fiquei com muita má impressão. Bom saber que eles são solícitos também, eu peguei um taxi que o motorista falou um monte em um tom meio bravo e não sei o que ele ficou falando, mas tive a impressão de que estava bravo!! Bacana sua experiência, mas que dá um frio na barriga, isto dá né? abs
ResponderExcluirO bom de viajar é que cada viagem é única e simbólica para cada viajante e nossas memórias são impagáveis. Eu não aprendi cirílico e não tive guia e nem conhecia ninguém na Russia, mas consegui me virar muito bem por este país tão sensacional. Concordo com você Cynthia quando diz que ficou boquiaberta 24 horas por dia! É tão opulento este país que fez parte de meu imaginário enquanto crescia, estudando sobre a guerra fria na escola. Também achei os russos muito simpáticos, educados e prestativos. Sempre que precisei de alguma informação utilizamos de mímicas e tenho deliciosas histórias para contar sobre esta interação. Foi gostoso ler seu relato e quero concluir dizer que faço das suas as minhas palavras sobre a arte russa: ela me arrebatou e me encantou. bj
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